lulu175

 
registro: 07/11/2011
Aí vc sorriu.. e já é... Quem já sofreu por amor desconfia da flor, mas olha q loucura né... te vi e meus olhos mudaram de cor..
Pontos65mais
Próximo nível: 
Pontos necessários: 135
Último jogo

**A AGULHA E A LINHA ...**

              Oieeesss.¸.•*´¨)*★

                                      ★. ¸.•*´¨ )★ ¸.•*´¨*¸
        ★(.¸.•´* ★(.¸. •*......★****★... Beijos estrelados ...


Um texto longo...
mas uma boa reflexão...



✻.¸¸.ღ♡ღ .¸¸.✻´ ✻.¸¸.ღ♡ღ .¸¸.✻´✻.¸¸.ღ♡ღ .¸¸.✻


http://farm5.static.flickr.com/4015/4572872558_19783ce7f0.jpg


Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:

— Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada,

para fingir que vale alguma cousa neste mundo?

— Deixe-me, senhora.

— Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça.

— Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu.

Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros.

— Mas você é orgulhosa.

— Decerto que sou.

— Mas por quê?

— É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa ama,

quem é que os cose, senão eu?

— Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que

quem os cose sou eu e muito eu?

— Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro,

dou feição aos babados...

— Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante,

puxando por você, que vem atrás obedecendo ao que eu faço e mando...

— Também os batedores vão adiante do imperador.

— Você é imperador?

— Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno,

indo adiante; vai só mostrando o caminho,

vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto...

Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa.

Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa,

que tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a costureira,

pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha,

e entrou a coser. Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante,

que era a melhor das sedas, entre os dedos da costureira,

ágeis como os galgos de Diana — para dar a isto uma cor poética.

E dizia a agulha:

— Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que esta

distinta costureira só se importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela,

unidinha a eles, furando abaixo e acima...

A linha não respondia; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo

enchido por ela, silenciosa e ativa, como quem sabe o que faz, e

não está para ouvir palavras loucas. A agulha, vendo que ela não

lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era tudo silêncio

na saleta de costura; não se ouvia mais que

o plic-plic-plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol,

a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte. Continuou

ainda nessa e no outro, até que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile.

Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira,

que a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho,

para dar algum ponto necessário. E enquanto compunha o vestido da bela dama,

e puxava de um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando,

acolchetando, a linha para mofar da agulha, perguntou-lhe:

— Ora, agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa,

fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que vai dançar com ministros e

diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da costureira,

antes de ir para o balaio das mucamas? Vamos, diga lá.

Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e

não menor experiência, murmurou à pobre agulha:

— Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é

que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu,

que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico.

Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse,

abanando a cabeça:

— Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!


___________ Machado de Assis


✻.¸¸.ღ♡ღ .¸¸.✻´ ✻.¸¸.ღ♡ღ .¸¸.✻´✻.¸¸.ღ♡ღ .¸¸.✻



https://www.youtube.com/watch?v=NiTW7dg5lzc






Desejo a "todas e todos"

uma noite especialmente linda...

simbora ser e fazer feliz...

amar e ser amado de volta...

e esquecer o q não nos faz bem...

Errar é Humano, mas...



n10.gif





lulu175   http://3.bp.blogspot.com/-Rf9vXajmGSQ/TVfk5K4YDZI/AAAAAAAAIf4/UtUH-dyoZeE/s1600/cora%25C3%25A7ao.gif