acma1953

 
registro: 03/01/2011
I miss you,I'm gonna need you more and more each day I miss you, more than words can say More than words can ever say
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Último jogo

Sorrisos

Num jantar, com amigos de longa data e outros mais recentes, falávamos de amor e paixão.
Já disse aqui algures que considero a paixão um estado de demência que pode ser temporária. Aconteceu-me algumas (poucas) vezes e deixou-me dividido, sinceramente. Durante esse período houve momentos que não gostei. Não gostei da falta de controlo, da ansiedade permanente, do olhar frequente para o telemóvel. Detestei todos os minutos da coisa. Felizmente durou apenas uns meses, senão acho que teria ido parar a uma daquelas salinhas almofadadas com uma camisa com umas mangas muito, muito compridas.
Todos concordámos que a paixão não dura muito tempo. Não estou tão certo disso, disse eu por experiência própria.
O meu amigo de longa data - que é doido, eu sei – dizia que a paixão é que era e que se conseguisse prolongar a coisa durante anos seria feliz e coiso e tal. Uma outra moça – que conheço há pouco tempo – dizia que para se estar apaixonada é preciso estar-se desequilibrada. 
Tendo a concordar (em parte), com esta teoria.

E de repente outra amiga que estava na mesa sai-se com esta: 
"o que eu gosto mesmo é de sorrir. É de estar naquele estado em que me apanho a sorrir durante o dia."

Silêncio à mesa. Sorrisos estampados. Todos a lembrarmos outros sorrisos.
E com isto disse tudo. Não sei o que chamar a este estado, mas que é bom à brava lá isso é!

https://www.youtube.com/watch?v=fxuqu3JKuHQ

https://www.youtube.com/watch?v=pAyQKQ5J87o


Texto livre, lugar à imaginação

Olá tenho saudades. Hoje lembrei-me de ti, como o faço cada dia e em cada instante. Não tenho feito outra coisa não imagino porquê. Que tal almoçarmos um dia destes? Apetece-me  corromper-te com beijos conversar contigo. Lanchar, se te der mais jeito e desvirginar o teu silêncio com a minha língua ouvir-te falar. Preciso de saber que ainda me queres o que tens andado a ler. Já nem sei o que te costumava dizer, mas ainda soletro de cor as palavras com que me vestiste que não seja por isso: o exercício do amor da amizade é como andar de bicicleta, nunca nos esquecemos. Sei que tens muito trabalho quero lá saber e que mal te lembras de mim . Mas, para um amor amigo, arranjamos sempre um bocadinho. Uma vida hora, é só o que te peço. Naquele hotel da baixa, o que tem o quarto a esplanada de frente para o rio, lembras-te? Em não podendo ser, morro deixa estar. Talvez para a próxima reencarnação. Fica mal e apodrece sem mim bem. Um beijo à estúpida da tua mulher e outro aos teus fedelhos ranhosos miúdos. O meu paciente marido manda-te à merda cumprimentos e pergunta quando sais de vez da nossa cama aparecem. A ver se combinamos um churrasco de domingo com todos eles de preferência noutra mesa. Até já. Adeus.

https://www.youtube.com/watch?v=kMZF6eKnH6k

https://www.youtube.com/watch?v=m4nl8uNXD6Q

O reino dos animais

Faz anos que aprecio Millôr Fernandes, consegue nos momentos mais conturbados e complicados da minha vida fazer-me rir ou no mínimo sorrir com a sua perspicácia e alto sentido de humor, por vezes irónico mas muito assertivo.

Falecido em 2012 deixou no entanto uma obra maravilhosa que nunca saiu de minha biblioteca. Voltei agora a ler alguns dos seus contos. Deixo aqui este que me fez alegrar o dia.

Saiu o leão a fazer sua pesquisa estatística, para verificar se ainda era o Rei das Selvas. Os tempos tinham mudado muito, as condições do progresso alterado a psicologia e os métodos de combate das feras, as relações de respeito entre os animais já não eram as mesmas, de modo que seria bom indagar. Não que restasse ao Leão qualquer dúvida quanto à sua realeza. Mas assegurar-se é uma das constantes do espírito humano, e, por extensão, do espírito animal. Ouvir da boca dos outros a consagração do nosso valor, saber o sabido, quando ele nos é favorável, eis um prazer dos deuses. 

Assim o Leão encontrou o Macaco e perguntou: "Hei, você aí, macaco - quem é o rei dos animais?" O Macaco, surpreendido pelo rugir indagatório, deu um salto de pavor e, quando respondeu, já estava no mais alto galho da mais alta árvore da floresta: "Claro que é você, Leão, claro que é você!".

Satisfeito, o Leão continuou pela floresta e perguntou ao papagaio: "Currupaco, papagaio. Quem é, segundo seu conceito, o Senhor da Floresta, não é o Leão?" E como aos papagaios não é dado o dom de improvisar, mas apenas o de repetir, lá repetiu o papagaio: "Currupaco... não é o Leão? Não é o Leão? Currupaco, não é o Leão?".

Cheio de si, prosseguiu o Leão pela floresta em busca de novas afirmações de sua personalidade. Encontrou a coruja e perguntou: 

"Coruja, não sou eu o maioral da mata?" "Sim, és tu", disse a coruja. Mas disse de sábia, não de crente. E lá se foi o Leão, mais firme no passo, mais alto de cabeça. 

Encontrou o tigre. "Tigre, - disse em voz de trovão -eu sou o rei da floresta. Certo?" O tigre rugiu, hesitou, tentou não responder, mas sentiu o barulho do olhar do Leão fixo em si, e disse, rugindo contrafeito: "Sim". E rugiu ainda mais mal humorado e já arrependido, quando o leão se afastou.

Três quilómetros adiante, numa grande clareira, o Leão encontrou o elefante. 

Perguntou: "Elefante, quem manda na floresta, quem é Rei, Imperador, Presidente da República, dono e senhor de árvores e de seres, dentro da mata?" 

O elefante pegou-o pela tromba, deu três voltas com ele pelo ar, atirou-o contra o tronco de uma árvore e desapareceu floresta adentro. O Leão caiu no chão, tonto e ensanguentado, levantou-se lambendo uma das patas, e murmurou: 

"Que diabo, só porque não sabia a resposta não era preciso ficar tão zangado".

MORAL: CADA UM TIRA DOS ACONTECIMENTOS A CONCLUSÃO QUE BEM ENTENDE.

Millôr Fernandes
https://www.youtube.com/watch?v=dQ2YNKbGqFc


QUASE

Olá a todos, tenho por vezes este pouco recomendável hábito de "voltar ao local do crime" o que serve por dizer que sou humano, que também muitas vezes no calor de uma qualquer "discussão" ou desentendimento dou o dito por não dito... e desculpo-me. Quem nunca errou (se se trata de um erro) que lance a primeira pedra, mas com cuidado pois a mesma pode fazer ricochete.

Apesar de me considerar um individuo "maduro" pelos anos que levo, por todas as vicissitudes pelas quais já passei, por todos os oceanos profundos onde "tomei banho" e adquiri igualmente a humildade suficiente, por todas as rochas vulcânicas que pisei (algumas estavam em brasa e queimei a sola dos sapatos kkkkkk) e por todas as montanhas que escalei, apesar como dizia, de todas essas passagens de vida constato que continuo a ser humano, que cometo os mesmos erros e por vezes demasiadas vezes os mesmos (a teimosia é isso mesmo) insisto em os cometer seguindo outros processos.Dizem que a experiência que nos conduz ao fracasso uma vez não deve ser repetida por indesejável. Eu repeti, e mudei de agulha para o conseguir.Atingi em 95% o objectivo proposto. Pergunta-se: é isso razoável? arriscar segunda vez por um erro ou falhanço inglório que tem consequências? eu sou a prova viva que sim.

Podem muitos denominar esta teimosia "suicida" de burrice, eu prefiro apelidá-la de segundas oportunidades.

Pessoalmente, como empresário assim procedi durante a vida por exemplo com funcionários que em qualquer outro lugar de trabalho não teriam segunda oportunidade.

Por tudo isto, e por tudo o que falta escrever, posso considerar que estive QUASE a deixar tudo para trás.

Daí, fiz uma introspecção e então decidi que é QUASE o momento de pensar melhor e debater com quem me tem suportado e aguentado o meu mau humor, as minhas exigências e talvez um certo egoísmo tudo o que tem sido as nossas vidas.

Deixo aqui este texto de Sarah Westphal

 


Quase

Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase.

É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou.

Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono. 

Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados.

Sobra covardia e falta coragem até para ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si. 

Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém,preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.

Para os erros há perdão; para os fracassos, chance; para os amores impossíveis, tempo.

De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planeando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.

Sarah Westphal

https://www.youtube.com/watch?v=OoGbixHgfkQ

https://www.youtube.com/watch?v=Lta-WTLipd0


Reciprocidades

Li um artigo de Pamela Camocardi, professora, psicóloga e escritora que vão ao encontro de muitos dos meus pensamentos. A reciprocidade na vida reflecte se em todos os actos e vivências que temos. E o amor, obviamente é parte fulcral e preponderante. Partilho com todos. 

O conselho é clichê, mas é uma das maiores verdades que há: 

Não existe amor sem reciprocidade. 

Você pode ler todos os artigos sobre “como conquistar alguém”, pode ser a pessoa mais encantadora do mundo e pode ter viajado o mundo todo, mas não serão essas as atitudes que farão alguém gostar de você. E o motivo é simples: as pessoas são livres para amarem quem quiserem.

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Por comodismo ou medo, as pessoas permanecem em relacionamentos frios e predestinados a fracassar. Insistem até o último momento porque o rótulo de “relacionamento sério” é o que mais importa. A sociedade está acostumada a um amor de novelas, aos turbilhões de sentimentos e ao frio na barriga na escala "fahrenheit". Dão mais valor ao “eu te amo” do que as atitudes que comprovem a frase.

A verdade é que as pessoas deixam se iludir por situações conveniente a elas. Acreditam no “não ligou porque perdeu meu telefone” ou “é só medo de se entregar”, porque acreditam ser menos doloroso do que enfrentar a realidade.

Algumas pessoas, simplesmente, não valem o esforço. Não valem as noites mal dormidas, os encontros cancelados, nem as indirectas no facebook. Quando há interesse é quase automático o ato de “fazer acontecer”. Quem quer, dá um jeito de ter. Quem se importa, volta para se desculpar. Quem ama demonstra.

Então, meça suas acções e verifique se a oferta não está maior que a procura. Não insista quando perceber que você não é prioridade, nem arrume desculpas para o desinteresse alheio. Há pessoas que simplesmente não valem a música que você dedicou a ela.

Pamela Camocardi

Há uns dias li um texto do Carpinejar que me fez reflectir sobre isto: “A indiferença é uma doença muito mais grave. Alguém que não está aí para o que faz ou não faz, para onde vai e quando volta. De solidão, chega a do ventre que durou nove meses.”

Seja recíproco: dê o que espera receber dos outros, mas não insista no que não é dado de forma espontânea. Algumas coisas não valem o esforço que fazemos.

Este texto será o meu último pelos tempos mais próximos, aliás muitos de vós até já se acostumaram às minhas longas ausências. Não sei quando regresso.

Abraços e beijos a todos e todas que fazem ainda o favor de me ler. O meu obrigado.

Até um dia desses, em algum lugar desse Mundo, por vezes parece tão pequeno por termos quem amamos e gostamos na porta do lado. É isso que ainda nos alimenta e faz seguir em frente.

E peço desculpa, a alguém especial, tão especial pela forma abrupta e seca como um dia saí de cena. Sem aquela palavra mais importante: amo-te.

https://www.youtube.com/watch?v=gtyPoIFYGlc