Sob a vigilância do filamento azul que separa o mar do céu, alongo-me contra o teu corpo faminto de desejo.
Rebentos de flores que de noite repousam vão caindo em direcção ao solo.
O horizonte flameja, um pôr de sol deslumbrante e, submetido a uma onda de prazer, um solstício escarlate vem conviver o silêncio das entranhas de vapores inacabados de amor.
Ouço os suspiros de um rio de prazer em que, a tua boca é o ninho onde desliza um outro dia. Redemoinhamos juntos na floresta, nos nossos trilhos secretos, a minha pele respira a tua… quente e doce.
Trapezistas que somos, felizes sobre lençóis de folhas acamadas pelo tempo e, os nossos corpos a rebolar sobre as ervas daninhas. Entre o céu e a terra respiro o teu olhar terno, suspenso ao vento quente do teu paraíso eterno, sorvo o mel da fonte que jorra do teu íntimo, enquanto o meu sangue queima na tua intimidade.
Lembranças carnais exploram o corredor de orgasmos partilhados atiçam o desejo do efémero e, encantam o teu coração com uma canção sensual.
Quando a lua desperta neste céu de inverno e, o vento geme nas ramagens das árvores entristecendo a cidade; na margem da tua mão estendida, soa o trovão e, uma chuva de ternura inunda a nossa ilha.
Encalhados nos nossos lábios um sonho embriagante de gestos e, arranhões selvagens destacam as fragrâncias da… excitação voluptuosa.
Chamas habitadas pela vertigem da seiva celestial às quais nos abandonamos ao som de uma canção de embalar e… um oceano de prazer.
Flores tecidas nesses momentos raros para depositar nas estrelas, testemunhas destes amantes enclausurados na noite pelo deleite… unidos pelos corpos.