MuriloPadre

 
registro: 25/03/2012
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A Necessidade da Mentira

                                                                                                                 

 

  A Necessidade da Mentira

A imoralidade da mentira não consiste na violação da sacrossanta verdade. Ao fim e ao cabo, tem direito a invocá-la uma sociedade que induz os seus membros compulsivos a falar com franqueza para, logo a seguir, tanto mais seguramente os poder surpreender. À universal verdade não convém permanecer na verdade particular, que imediatamente transforma na sua contrária. Apesar de tudo, à mentira é inerente algo repugnante cuja consciência submete alguém ao açoite do antigo látego, mas que ao mesmo tempo diz algo acerca do carcereiro. O erro reside na excessiva sinceridade. Quem mente envergonha-se, porque em cada mentira deve experimentar o indigno da organização do mundo, que o obriga a mentir, se ele quiser viver, e ainda lhe canta: "Age sempre com lealdade e retidão".

Tal vergonha rouba a força às mentiras dos mais subtilmente organizados. Elas confundem; por isso, a mentira só no outro se torna imoralidade como tal. Toma este por estúpido e serve de expressão à irresponsabilidade. Entre os insidiosos práticos de hoje, a mentira já há muito perdeu a sua honrosa função de enganar acerca do real. Ninguém acredita em ninguém, todos sabem a resposta. Mente-se só para dar a entender ao outro que a alguém nada nele importa, que dele não se necessita, que lhe é indiferente o que ele pensa acerca de alguém. A mentira, que foi outrora um meio liberal de comunicação, transformou-se hoje numa das técnicas da insolência, graças à qual cada indivíduo estende à sua volta a frieza, e sob cuja proteção pode prosperar.

Qual a origem etimológica da palavra "mentira"?

Os estudiosos se referem à palavra *mentionica, do latim tardio do século XI, que por sua vez teria vindo do baixo latim mentire, remetendo ao latim clássico mendacium, termo ligado à palavra mens.

A palavra mens está na raiz da mentira. Mens significa "mente", "inteligência", "discernimento", o que poderia nos fazer concluir que o mentiroso precisa ter uma boa cabeça. Um mentecapto não sabe mentir.

Quando a mentira é valida?

A mentira poderá ser útil e valida em momentos ao qual possa salvar sua vida , naquele momento poderá ser indispensável vejamos exemplo:

Uma jovem ao chegar no ponto de ônibus logo percebeu que havia um homem seguindo o mesmo rendeu a moca e a levou para uma área descampada percebendo que poderia ser estuprada logo informou – eu sou soro positiva e se você mantiver relações comigo poderá adquirir o HIV.

Esse é um típico da mentira é aceitável pela sociedade, fora isso a sociedade ate perdoa, mas não esquece.

Theodore Adorno, in "Minima Moralia"