Já não saio dos períodos complicados da minha vida apenas satisfeito por ter sobrevivido. Já não fico em estado de choque com a consciência do que me poderia ter acontecido de pior. Sei que fico mais forte a cada obstáculo que enfrento ou deixo de resistir. Compreendo que as maiores lições da vida vêm do confronto com os meus maiores medos. Entendo que não devo guardar tudo para mim e que não existem segredos que um dia não serão enfim revelados. Percebo que a fragilização é o oposto da resistência, porque quando me deixo ir pelas minhas emoções conquisto uma liberdade que de outra forma me seria impossível obter. Sei que para entender o amor tenho primeiro de entender o medo de amar. Percebo que o medo só desaparece quando se confia. Aceito que cada pessoa que repudio ou amo tem pelo menos uma resposta para alguma das minhas maiores perguntas. Deixei há muito de querer ser perfeito para os outros. Compreendo que não posso fazer nada por ninguém se não for ela a querer primeiro. E acima de tudo sei que foi cuidando e seguindo estes princípios que fiz da minha vida aquilo que ela hoje é, nem melhor nem pior do que qualquer outra, apenas e tão-somente aquela que criei para gostar ao máximo de andar por cá.
