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registro: 10/08/2012
Bjos estrelados ♥
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Último jogo

**FELIZ DIA PRAS MAMÃES E PROS "PAPÃES"**


                                   Oieeesss... ★*´¨)*
                                                                             ¸.•*★¸.•*´¨)★¸.•*´¨*)

(.¸.•´*★(.¸.•´* ★(.¸. •*★**★... Bjos estrelados no ...





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""Minha mãe, pra mim, é sol mesmo quando chove. É chuva, com direito a cheiro de 


terra molhada do quintal lá de casa, quando tudo fica árido. Silêncio capaz de 


amansar ruídos que eu não sei como fazer dormir. Voz que me ajuda a acordar 


esperanças quando elas ficam com preguiça de levantar. Uma presença que sabe 


acender o meu ânimo quando o breu se esparrama. Primavera para o meu olhar, não 


importa qual seja a minha estação. Um perfume inigualável. Ela e as coisas todas do 


mundo dela. Quando chega, traz lembranças minhas que apenas ela reflete e apenas eu 


consigo ver. Uma espécie de poema que o sentimento lê 


em voz alta somente para dentro.


Minha mãe foi a primeira música que tocou no meu rádio. A primeira paisagem.  A


primeira pessoa que me falou sobre milagres e, sem palavra alguma, me contou sobre 


Deus. Uma história de amor. Tanto faz se, às vezes, desconcertado. Tanto faz se, às 


vezes, atrapalhado pela mistura das coisas que são dela e das coisas que são minhas. 


Tanto faz se aprendendo a amar junto comigo nesses bancos da escola. Tem vez que a 


gente demora para resolver alguns exercícios mais complicados, mas a amizade que 


nos liga e construímos, página a página, sempre nos orienta na busca das respostas. 


Minha mãe é maciez pra minha alma quando a vida se faz áspera e quando não. Um 


lugar de conforto, onde eu posso ser. Amor, quando as minhas folhas caem e quando 


floresço. A mesa sempre posta, até quando sinto fome apenas de lembrar quem sou.


Estou convencida de que ninguém me conhece melhor do que ela. Sente a emoção da 


vez, antes da minha voz. Sente quando omito alguma coisa, por mais sofisticados que 


sejam os meus disfarces. Sente a atmosfera da minhas palavras, antes que eu consiga 


ou resolva dizê-las. Conhece mais variações de sorrisos, silêncios e olhares meus e suas 


respectivas mensagens do que suponho mostrar. Ela não me conhece assim porque é 


versada em psicologia. Minha mãe é versada em mim, desde quando 


eu ainda nem era eu direito.


Parece ser especialista em previsões climáticas. Chove, quando não lembro do chapéu e 


ela diz pra eu não esquecer. Faz um frio absurdo, de repente, quando não levo o casaco 


e ela diz pra eu levar. Geralmente costuma doer quando alerta que vou me machucar e 


eu não ligo. Ah, sim, um bocado de vezes também exagera, erra na medida, lê seu 


oráculo de cabeça pra baixo e com lente de aumento, seja lá por falha intuitiva ou 


conveniência de seus receios maternos. Mas a verdade é que mãe parece mesmo ter um 


olhar diferente. Capaz de ver coisas que quaisquer outros olhos do mundo 


não sabem enxergar. Nem os nossos.


Minha mãe cantou para me fazer adormecer. Ensinou-me, com toda a paciência, a 


rezar para o meu anjo da guarda antes de eu dormir e de levantar da cama. Ensinou-


me a respeitar o espaço das pessoas, a ser educada com gente de toda idade, a ser 


cuidadosa com as plantas e os bichos, a não me apropriar de nada que não me 


pertencesse. De mãos dadas, seguíamos pelas ruas e seguir de mãos dadas com ela 


pelas ruas era uma espécie de festa que acontecia toda manhã. Encapava meus 


cadernos. Perguntava o que havia acontecido na escola quando percebia que eu havia 


chorado, mas não contava para ela. De vez em quando, me surpreendia com meus 


lanches preferidos enquanto eu assistia "Sessão da Tarde": bolo "Ana Maria", mingau 


de cremogema, bolinhos de chuva.


Minha mãe costumava cantarolar, lá na cozinha, enquanto preparava o almoço. 


Nunca soube se era também por isso que a comida ficava tão gostosa e tinha um cheiro 


que eu não encontro em nenhum outro lugar. Costurava até altas horas da noite, fazia 


tricô, jogos de ráfia, enxoval para bebê, para ajudar o meu pai com as despesas, eu 


ficava por perto, ouvindo música, escrevendo meus versos. No início da adolescência, 


desconcertada, me falou, do jeito dela, sobre novidades que não sabia como me 


explicar. E quando eu sentia cólicas terríveis, lá estava ela, com seu chá de erva-


cidreira e as toalhinhas quentes que passava a ferro para pôr sobre a minha barriga. 


Às vezes é preciso que o mundo dê algumas voltas e a gente amadureça um pouco para 


ser capaz de leituras mais amorosas sobre um bocado de coisas. Leituras com braços e 


coração mais abertos.


Nos meus tempos de conga azul, cadernos com decalque, canetinhas silvapen, 


merendeira com lanche Mirabel, lá pelos sete anos de idade, no início daquilo que 


chamavam de “primário”, eu escrevia frases curtas que me pareciam enormes, recém-


alfabetizada que era. Vocabulário restrito, para falar sobre a minha mãe, escrevi 


várias vezes tudo o que eu podia: “Minha mãe é bonita”. Atualmente, tenho muito mais 


do que sete anos e, ao longo das décadas, aprendi a escrever frases mais elaboradas,


 mas esta continua sendo perfeita. Para os meus olhos, as belezas que ela tem são ainda 


maiores, bem maiores, agora, olhando daqui.' "



____________Ana Jácomo




https://www.youtube.com/watch?v=EN4pg2nFPqA



Desejo a todas mamães e todos os "papães" 

um domingo especialmente delicioso...

Juntinho com o amor de nossas vidas...

FILHOS VIDA DE NOSSAS VIDAS...




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